Estagno na dúvida
de quem você realmente é e sou obrigada a pisar no freio, parar e ficar em
estado de observância, esperando algum gesto que me dê margem para mais um
palpite. É feito um jogo: interessante, angustiante e eu por um acaso gostei disso.
Não te vejo com dezenas de máscaras, mas com uma única, impenetrável, arredia, lacônica e que parece estar atarracada no seu rosto como um sinal
relutante de insegurança. Só que máscaras e artifícios também são sinais de inteligência. E inteligência, garoto, me mobiliza.
Sob a luz da perspectiva de um novo sentimento, me assusto, tento me
rebelar, fugir, mas sempre volto movida por uma curiosidade cretina e sem
tréguas. Constato, entretanto, que estou cansada demais para análises e me proponho a abrir
mão do mistério, mas você, num gesto calculado de gentileza, impede a minha
desistência ao recolher cuidadosamente os cacos da minha motivação do chão. Fui eu quem
caí na vala profunda das suas incógnitas, ou foi você que se viciou na minha companhia para desvendá-las?
se te vejo, paro, penso
ResponderExcluirviro lenço fino no teu rosto
e se me vens como imagem
tinta, tela, afã da miragem
um véu de poeira avança
dançam teus olhos sobre os meus.
Se não fossem tuas palavras...
Beijo!
Nossa!!! Bluma vc escreve por demais bem, estou encantada! Mas pelo que andei lendo não sou apenas eu, o Sr. Borges deve ser seu fã nº 1, então eu serei a 2ª. Espero ler mais escritos seus.
ResponderExcluirBeijos