Ando evitando sentimentos que ameacem fugir do meu controle.
Eu não quero ter que depender da boa vontade divina, ralar os joelhos no chão, e com a dignidade e o queixo vencidos, orar para que “isso” passe. É esse “isso” que eu não quero. É esse “isso”, que eu não permitirei que se aposse e bagunce o que ainda resta de lucro da minha existência.
Eu não quero ter que depender da boa vontade divina, ralar os joelhos no chão, e com a dignidade e o queixo vencidos, orar para que “isso” passe. É esse “isso” que eu não quero. É esse “isso”, que eu não permitirei que se aposse e bagunce o que ainda resta de lucro da minha existência.
Estou zelando agora - não amanhã, mas exatamente agora -, pelo meu egoísmo profundo e assumido. Conforto-me
na ilusão, na utopia, nos roteiros e nas estórias que eu crio. Meus personagens que
se descabelem, chorem, ranjam os dentes e morram de tédio ou paixão. Juro que igualmente sofro ou gozo junto com eles, afinal, sou eu quem os invento. A cômoda diferença,
é que sou eu também quem elabora o desfecho e decide a hora em que se apagam os holofotes.
E permaneço assim. Temporariamente covarde e ilesa.
E permaneço assim. Temporariamente covarde e ilesa.
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"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente." (Fernando Pessoa)
Beloebonito seu texto.
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