Gosto tanto de contemplar o modo desajeitado como você administra toda essa sua carga de emoções... Você esconde-as nos bolsos, eu sei, mas o teu bolso nunca é cavo o suficiente para a quantidade de sentimentos que ainda lhe restam. Cai um pouquinho de amor aqui, outro tanto de ciúme ali e assim você vai deixando os rastros da sua essência pelo caminho.
Eu não cato migalhas, porém. Odeio-as! Gosto da substância, do inteiro e da totalidade. Não aceito nada menos do que a sua alma, certo? O que você deixa cair e quando você deixa cair, serve-me apenas como a constatação de que na verdade, você transborda. E isso é lindo. Só.
Eu não cato migalhas, porém. Odeio-as! Gosto da substância, do inteiro e da totalidade. Não aceito nada menos do que a sua alma, certo? O que você deixa cair e quando você deixa cair, serve-me apenas como a constatação de que na verdade, você transborda. E isso é lindo. Só.
Não precisa se preocupar com os outros, contudo. Juro que só eu vi essa sua nuance. Não é necessário esperar muito de pessoas rasas porque o que elas enxergam é somente o limiar delas próprias: a superfície. E mais nada. Verão a tua cara distraída e te julgarão desatento. Ouvirão as suas frases reticentes e acharão um ponto final. Nunca irão além; são umas prisioneiras do óbvio. Mas eu sou uma visionária, meu caro, uma fotografa especialista em flagras da alma. Capto precisa e implacavelmente os detalhes. São eles que apaixonam, dão beleza, cor, forma e conteúdo. São eles que fazem da gente alguém com "A" maiúsculo. Ou não.