Os teus choros sempre foram silenciosos. Não
haviam urros, lamentações, nem olhos apertados ou caras feias. Apenas sobrava-lhe
a ponta do nariz vermelho, de enfeite e as lágrimas: que no seu rosto sem nenhum
caos, escorriam como se nada fossem, como se inadvertidas fossem e vazassem
apenas de algum canal defeituoso daí de dentro. E eu sempre achei charmoso isso em
você, essa maneira de chorar cheio de pompa e dignidade... Algo aconteceu,
porém, depois daquele dia em que vi o seu chorar verdadeiro, humano, extravasado,
intenso. Me encantou. E era bonito o teu
choro sem defeitos, de cinema... Era sim. Mas é que talvez eu ache que a imperfeição é linda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário