terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Os teus choros sempre foram silenciosos. Não haviam urros, lamentações, nem olhos apertados ou caras feias. Apenas sobrava-lhe a ponta do nariz vermelho, de enfeite e as lágrimas: que no seu rosto sem nenhum caos, escorriam como se nada fossem, como se inadvertidas fossem e vazassem apenas de algum canal defeituoso daí de dentro. E eu sempre achei charmoso isso em você, essa maneira de chorar cheio de pompa e dignidade... Algo aconteceu, porém, depois daquele dia em que vi o seu chorar verdadeiro, humano, extravasado, intenso. Me encantou. E era bonito o teu choro sem defeitos, de cinema... Era sim. Mas é que talvez eu ache que a imperfeição é linda.


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