terça-feira, 16 de agosto de 2011

Não enche!

Vai de ré, que o meu sangue é bom. 
O seu vodu, em minha casa não tem vez. Com o seu batuque, tijolo nenhum da minha estrutura estremece. Na terra onde tu rastejas, eu piso. Da poeira que tu comes, se eu respiro, logo espirro.
Minha fé é nobre. Tua artimanha, pobre.
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(Não Enche - Caetano Veloso)

Me larga, não enche
Você não entende nada
E eu não vou te fazer entender

Me encara, de frente!
É que você nunca quis ver
Não vai querer, nem vai ver
Meu lado, meu jeito
O que eu herdei de minha gente
Eu nunca posso perder
Me larga, não enche
Me deixa viver, me deixa viver
Me deixa viver, me deixa viver...

Cuidado, oxente!
Está no meu querer
Poder fazer você desabar
Do salto, nem tente
Manter as coisas como estão
Porque não dá, não vai dar

Quadrada! Demente!
A melodia do meu samba
Põe você no lugar
Me larga, não enche
Me deixa cantar, me deixa cantar
Me deixa cantar, me deixa cantar...

Harpia! Aranha!
Sabedoria de rapina
E de enredar, de enredar
Perua! Piranha!
Minha energia é que
Mantém você suspensa no ar
Prá rua! se manda!
Sai do meu sangue
Sanguessuga
 que só sabe sugar
Pirata! Malandra!
Me deixa gozar, me deixa gozar
Me deixa gozar, me deixa gozar...

Vagaba! Vampira!
O velho esquema desmorona
Desta vez pra valer
Tarada! Mesquinha!
Pensa que é a dona
E eu lhe pergunto:
Quem lhe deu tanto axé?

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