sábado, 13 de agosto de 2011

Lapso.

Quanto mais lindas, mais cruéis. É assim que são as lembranças. 
Sem essa de sorrir porque aconteceu. Sem esse otimismo dissimulado agora, por gentileza. Não dá pra ser desse jeito quando sabemos que a fonte, que tanto alimentou as nossas boas recordações, já cessou.
Não sei ser indiferente a dor da não existência, não sei achar alívio, não sei achar bonito. Me desestrutura, desestrutura a gente essa coisa de ser arrancado da vida. É brusco. É chocante.
Não se exala mais o cheiro, mas o perfume continua na prateleira. Não deixa-se mais rastros, mas o sapato continua ao pé da cama. - Todas as coisas, órfãs, continuam intactas e inúteis, esperando em vão a volta do que já não há. 







3 comentários:

  1. Caralho! Eu CURTI, e muito! Você não é nada diferente de mim...

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  2. "É linda a vida que voa altíssima sobre esse tempo escuro. Clara, mas incompreensível vai desenhando o futuro. É linda a vida que voa livre sempre sem ter fim, descortinando os caminhos, que , em meio a poesia, um dia trouxeram você pra mim..." (Toquinho)

    Parece com você!!! Vou te passar essa música!!
    já adicionei o blog nos meus favoritos!! Perfeito!

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  3. A nostalgia, se eu pudesse classifica-la como um sentimento, seria tal como a raiva, intensa e passageira.

    Apesar de muitos a enxergar com bons olhos, muitas vezes se esquecem da crueldade que ela carrega em sí, trazendo a tona um pretérito com gosto de presente que não mais voltará.

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