sábado, 7 de maio de 2011

O Blogue.

Minha tela, plena de mim. Plena de um plural que existe em tudo o que há em nós. Dos desassossegos às calmarias, dos contentamentos às desditas. Falo dessa dualidade infinita que, irascível, impregnou-se na condição do ser humano. Onde todos os sentimentos desordenados bailam conforme a música de um só corpo; onde toda a tempestade chove em um só copo. Toda essa adorável ambigüidade que nos permite ser tudo e nada; lobos e lebres; caçador e caça. Tornar-se refém de um extremo ou de outro, é apenas questão da sensibilidade de escolha. Afinal, cada dia será sempre um novo tempo inaugurando-se, abarrotado de novas possibilidades e de trajes diferentes para vestir os nossos mesmos (e inúmeros) personagens. Ou facetas, ou nuances... Como quiserem! A questão é que é inegável a veracidade do fato de que somos multi. Multilaterais, multiplicados e multiplicadores, e que em cada instante, em cada ínfimo instante - daquele onde frente aos nossos olhos, uma bailarina congela no ar, por exemplo - enquanto para alguns, será um simples fragmento de toda uma coreografia, para outros, será todo um momento de plenitude fragmentada.


E você, em qual tela vê o mundo? Plana ou Plena? 

5 comentários:

  1. Bem como o artista, que o frio sente em sua barriga ao se deparar com uma tela em branco, o cantor, ao chamar do peito o primeiro som, também deve sentir o poeta, o escritor, ao enfrentar o desafio de preencher uma página que espera ansiosamente por ser escrita e eternizada...

    já havia dito, mas que aqui fique registrado meu encantamento pelas belas frases que aqui, estreiam seu blog.

    bjs

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  2. Muito bem expressado, Bluma. Como Sempre!
    Linda vc, lindas as suas palavras....

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  3. Bluminha, até que fim abriu o blog!! Vou virar sua leitora,tenha certeza!
    Texto excelente!

    um beijooooo

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  4. verdade pura, minha querida flor!
    somos plurais, VC é plural.


    um grande abraço e um ótimo dia das mães!

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  5. Ao deparar-me com seu universo, o meu cabendo aí, se recusou a ser só navegar, beirar seu desassocego ou calmaria, parar o rio só para ver a evolução da bailarina de pedra de Degas.
    Referta imagem.
    Beijos!

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