segunda-feira, 9 de maio de 2011

Clara Clarice.

                                            Foto: opperaa.com
Os livros de Clarice Lispector curiosamente são alguns dos quais eu mais demoro em ler. A cada parágrafo, sou obrigada a fazer uma pausa digestiva para ter certeza de que todas as informações foram devidamente mastigadas. Tenho que sorver cada gole, tamanha é a verdade contida em suas doses; em suas frases. 
Pauso sim, não por conta de qualquer linguagem pesada, robusta ou mesmo incompreensível, mas pela quantidade absurda de realidade. Realidade que às vezes sequer enxergamos, passamos em vão. 
Sua metáfora é natural, sua poesia é poeta e prática, os seus excessos são inundados e enxutos. Sua escrita é tão sem esforço e corrente, como água caindo torneira abaixo. 
Ela não era ser, era estar. Não escrevia alheio, escrevia ela e suas tantas versões. Ou melhor, não escrevia... Materializava-se duas vezes.

Que me resta dizer? Bendita demasia de clareza, Clarice!




3 comentários:

  1. Bendita seja! Acho que não existe quem não ame e fique inquieta com Clarice!

    Beijos

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  2. Clarice realmente era de uma sensibilidade sem tamanho!

    parabéns, teu texto tá muito bem escrito

    Bjs!

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  3. Hum...de quem serão as próximas análises? Simone de Beauvoir? Aghata Christie? Show de bola...

    beijos

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