sexta-feira, 13 de maio de 2011

Liberdade Carrossel.

Quanta indelicadeza a sua, amor
Colocar ponto final em nosso enredo tão bonito
Eu, com o peito cheio de desesperança, chorei feito criança
Teimando em colocar vírgulas após tudo ter feito e dito

Você, todo pomposo
Montou em seu cavalo alado e logo partiu
Deixando-me na sacada, com o avesso da risada
A maldizer todo o desfastio
Mas veja só como a vida é engraçada
Após toda essa papelada
Eis que um andarilho surgiu

Colocou minhas tralhas na sacola
O meu luto jogou fora
E mostrou-me sentimentos mil

E você, que agora me lê
Atente bem para uma séria questão
Enquanto o mundo se abria frente aos meus olhos
Volta-me o tal moço, ‘desfolhador’ de coração
Já com a alma sem emendas, nem espinho de flor
Digo-lhe então, com toda a sinceridade e ardor

Eu que acreditava em pontos e vírgulas
Hoje vejo que este mundaréu é reticente
Logo, tomas teu rumo, seu moço e como eu, olha pra frente
E se ainda permitir, dar-te-ei um conselho de gente:
Acautela-te ao montares em cavalos com asas
Pois estes só existem mesmo em carrossel

E junto a uma doce canção
O convidarão a rodar o mundo em cima de um corcel
Você girará até ficar tonto
E os rostos ao seu redor desalinharão
Gozará de uma liberdade infantil
Sem responsabilidade, só distração

Mas fantasias também são traiçoeiras
E as fichas do seu brinquedo hão de acabar 
E quando desceres desta falsa roda viva, darás conta
Jamais saístes do lugar.

3 comentários:

  1. Oi, Bluma vim pousar aqui, também. Vejo que tem um gosto muito apurado pelas letras e sua escrita é suave mas não deixa de ser profunda.

    Estou lendo você. Beijos!

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  2. já sabe... com o perdão pelo termo, esse texto ficou foda!

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  3. esse texto é perfeito! adoro!

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