Colocar ponto final em nosso
enredo tão bonito
Eu, com o peito cheio de
desesperança, chorei feito criança
Teimando em colocar vírgulas
após tudo ter feito e dito
Você, todo pomposo
Montou em seu cavalo alado e
logo partiu
Deixando-me na sacada, com o
avesso da risada
A maldizer todo o desfastio
Mas veja só como a vida é
engraçada
Após toda essa papelada
Eis que um andarilho surgiu
Colocou minhas tralhas na
sacola
O meu luto jogou fora
E mostrou-me sentimentos mil
E você, que agora me lê
Atente bem para uma séria
questão
Enquanto o mundo se abria
frente aos meus olhos
Volta-me o tal moço,
‘desfolhador’ de coração
Já com a alma sem emendas,
nem espinho de flor
Digo-lhe então, com toda a
sinceridade e ardor
Eu que acreditava em pontos e
vírgulas
Hoje vejo que este mundaréu é
reticente
Logo, tomas teu rumo, seu
moço e como eu, olha pra frente
E se ainda permitir, dar-te-ei
um conselho de gente:
Acautela-te ao montares em
cavalos com asas
Pois estes só existem mesmo
em carrossel
E junto a uma doce canção
O convidarão a rodar o mundo
em cima de um corcel
Você girará até ficar tonto
E os rostos ao seu redor
desalinharão
Gozará de uma liberdade
infantil
Sem responsabilidade, só
distração
Mas fantasias também são
traiçoeiras
E as fichas do seu brinquedo
hão de acabar
E quando desceres desta falsa
roda viva, darás conta
Jamais saístes do lugar.
Oi, Bluma vim pousar aqui, também. Vejo que tem um gosto muito apurado pelas letras e sua escrita é suave mas não deixa de ser profunda.
ResponderExcluirEstou lendo você. Beijos!
já sabe... com o perdão pelo termo, esse texto ficou foda!
ResponderExcluiresse texto é perfeito! adoro!
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