segunda-feira, 7 de maio de 2012

Memórias de segunda mão

Eu vasculho nas lembranças algo que se aproxime de um momento conclusivo e inteiro, mas tudo o que encontro são metades espatifadas. Não sei se essas recordações partidas foram fruto de alguma lombada que encontrei pela estrada - onde acabei sacolejando tudo aqui dentro -, ou se na verdade elas nunca foram mesmo muito resistentes aos percalços do caminho. Sabe como é, um pouco fajutas, dessas que não aguentam o tranco da vida. O engraçado é que memórias como essas apesar de corrompidas, são as mais perigosas. Um fio de cuidado a menos e os cacos que restaram, ferem você.



2 comentários:

  1. Caramba! Saí um pouco de mim para pestanejar os copos e os becos de Barcarena como um andarilho de tão precária-vida, despreocupado com a efemeridade das flores, que deixei de ver o que naquelas madrugadas alimenta os tomos de minha memória afetiva...

    Beijos de admiração, Bluma!

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  2. O teu caminho, anos ou meses atrás, são feito cheiro de chuva, apesar de nova, cálidas lembranças insuflam teu instinto. porém, o mesmo lenço que te secou as lágrimas pode retocar teus novos sorrisos!

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