quarta-feira, 25 de abril de 2012

Muito franca

Taças de vinho, doses excessivas de boa música, alguns mergulhos na alma e estou enfim, resgatada. 
Passei alguns dias sem querer conta com as palavras, desejando não autenticar a minha tristeza e agonia em uma tela em branco. Se eu pusesse os dedos no teclado, no fundo, saberia que tentaria escrever o inverso do meu sentimento; o que serviria apenas como uma forma lúdica de tentar evitá-lo, negá-lo. 
Mas o fato é que mesmo não querendo, a gente sempre se trai na escrita. Deixa escapar a essência pro papel, deixa escapulir uma verdade aqui ou ali. E olha, meu caro, não há nada mais frágil do que tentar mentir sobre si, escrevendo. É o mesmo que cometer um crime sem calçar luvas nas mãos: as digitais sempre ficam.

Um comentário:

  1. Desse rastro e de despir-se todos tem um pouco - de transitoriedade... Sei do trabalho árduo e do espaço que nos deforma e relê o tempo ao seu modo, mesmo, etmologicamente falando.

    Senti sua falta, beijos!
    Também vê essas fotos: http://blogillustratus.blogspot.com.br/2012/04/dance-open.html?m=1

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