Preguiça. Só
preguiça. Um pouco de medo talvez, é verdade.
Medo de correr demais na busca de tentar traduzir-me e acabar esbarrando na minha sólida falta do que dizer.
E não falo somente sobre meu silêncio no blogue. Ou não especificamente, já que muito das minhas constâncias e inconstâncias de cada dia estão gravadas aqui. Mas, sobretudo, falo de mim.
Medo de correr demais na busca de tentar traduzir-me e acabar esbarrando na minha sólida falta do que dizer.
E não falo somente sobre meu silêncio no blogue. Ou não especificamente, já que muito das minhas constâncias e inconstâncias de cada dia estão gravadas aqui. Mas, sobretudo, falo de mim.
De mim
inteira, não em partes, parágrafos, pontos e vírgulas. Contraditoriamente falo
de mim real e não transcrita. Transcrita nunca sou completa. - Sempre me foge
algum pedaço, suprimo alguma inconveniência ou esqueço dum detalhe que
faz de mim, mais eu.
O que falo neste caso, é daquele sorriso amarelo que vinha trazendo esses dias, a pulso,
atarracado entre os dentes. Das frases lacônicas que me escapuliam da boca como
respostas, do telefone meio "chama-chama, ninguém atende", da voz com
tom miúdo e da vontade de obedecer ao embalo da rede; de torná-lo o meu ritmo,
meu mantra, meu estilo de vida.
Nada de
arroubos, nem de dramas... Quem me dera tanta folia.
Mas era preguiça. Só preguiça.
A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda. "Mario Quintana"
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