sábado, 4 de junho de 2011

À flor da pele.

Me quero viva, se quer saber. Me quero consciente e absurdamente sã.
Não estou interessada em transcender a mente através de artifícios. 
Não quero paraíso de beira de estrada, portanto.
Quero sim, toda a minha lucidez de plantão, me transformando num animal atento e selvagem. Dispor da visão da águia, das garras e da astúcia felina; andar pela noite, pular muros e cair de pé.
Só me aceito desta forma: captando, decodificando tudo. Cheia de instintos e percepções. - Isso pra mim é que é intensidade.
Quero toda a minha sanidade a pino, pra que eu mesma possa entrelaçar as teias da minha loucura. - Isso pra mim é que é liberdade.
Não dependo de pilotar um carro a mil por hora para me sentir pulsando. Tampouco, colocar os “bofes” pra fora, para acharem que estou vivendo.
Minha intensidade anda por caminhos tortuosos, faz carnaval nas minhas entranhas e povoa as questões existenciais. Posso (e me sinto) no ápice ao ler um bom livro, quando danço até dilacerar os demônios, ou quando caio de peito aberto em busca de um bom mergulho na alma. Não somente na minha! Pode ser que seja na sua, na dele, na de quem me mobilizar. Naquela a qual se tenham águas tentadoras... Turbulenta ou serena, não importa. Quero águas profundas, rios, que saciem a minha garganta seca e avessa a superfícies.
Há quem duvide do meu frenesi diante da vida. Sim, há. Contudo, eu sigo com minha bagagem invisível carregada de ímpetos, e preferindo absorver e destilar o mundo ao invés de deixar que ele me absorva. E me destile.



3 comentários:

  1. Oi adorei sua forma de se expressar, uma mukher de garra é que eu vejo através de suas palavras!

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  2. Bluma você escreve tão e tão bem escrito que não me cabe outra coisa a não ser vir aqui e admirá-la.
    Beijos, minha querida!

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